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Em primeira convenção com partido, ex-primeiro-ministro Matteo Renzi assume erros no referendo

O ex-premier italiano e agora "apenas" secretário-geral do Partido Democrático (PD), Matteo Renzi, fez seu primeiro congresso partidário e apresentou sua reflexão sobre o referendo constitucional do dia 4 de dezembro.   

A derrota de sua proposta nas urnas, com 59,11% de rejeição, provocou seu pedido de renúncia ao governo italiano. No entanto, no evento com seus correligionários, foi recebido com aplausos de pé de toda a plateia.   

"Tive vontade de largar tudo e não seria humano se não dissesse isso. Mas, o pacto entre nós é de que ninguém aqui tem o direito de abandonar o próprio lugar de guarda como um sentinela e retomar o país", disse na abertura de seu discurso.   

Sobre os erros para a derrota no referendo, Renzi fez uma mea culpa, mas viu um lado positivo no caso.   

"O erro principal não foi a personalização. Se os 59% são um voto político, os 41% não representam o voto do jovens constitucionalistas. O meu erro foi não ter compreendido que o valor do referendo estava na 'politicalização', não na personalização. Mas então, os 41% mostram o partido mais forte que há na Itália e a única esperança", ressaltou o ex-premier.   

O secretário do PD ainda ressaltou que a quantidade de votos superou o que era esperado, já que "sonhávamos em conquistar 13 milhões de votos e conseguimos 13,5 milhões… mas a extraordinária participação fizeram com que essa quantidade não fosse suficiente".   

Renzi ainda pediu para que a assembleia do partido, que durará por todo o domingo, tenha uma "análise séria e severa" sobre o referendo, mas sem esquecer "as reformas que nos deixam orgulhosos, como as uniões civis, o Jobs Act [reforma trabalhista]".   

"Fizemos reformas muito profundas. Se hoje dois jovens se amam e, independentemente da orientação sexual, agora eles podem viver juntos graças a uma reforma do PD. Essas reformas marcam a grandeza do PD", acrescentou.   

– Lei eleitoral: A renúncia de Renzi causou mais um embate na Itália: o debate sobre a reforma na lei eleitoral. Atualmente, o país tem dois sistemas distintos para a Câmara dos Deputados e o Senado.   

Para a primeira, vigora um modelo que prevê um "prêmio de maioria" ao partido mais votado e a eleição em lista parcialmente fechada. Para o Senado, vale o "proporcional puro".   

Os dois sistemas proporcionam composições muito diferentes nas Casas e podem ser um problema para formar maioria de um governo.   

Além disso, a Corte Constitucional vai julgar a lei para a Câmara em 24 de janeiro.   

Sobre o tema, Renzi pediu para que "os outros partidos não fizeram confusão" sobre a lei e disse que todos "temem ir às urnas". Além disso ele – assim como outros membros do PD – defenderam que a Itália retome a lei dos anos 1990 propostas pelo então relator Sergio Mattarella, atualmente, o presidente da Itália. O sistema é misto e prevê parte de uma eleição proporcional e parte direta.   

"Eu proponho em defender a carta sobre a única proposta que tem a possibilidade de aprovar rapidamente, que viu vencer tanto a centro-esquerda como a centro-direita, que viu vencer o Ulivo de Prodi e que leva o nome de Mattarella. Vamos adiante mostrar que o PD existe", acrescentou.   

"Neste momento, quem tem medo são os outros porque eles sabem muito bem agitar para conseguir 59%, mas se os colocar em uma competição eleitoral como um partido não podem se lamentar, mas tem que pensar no que vão dizer. Dizem que precisamos votar, mas tem um medo louco disso", disse ainda sobre seus opositores. (Ansa)

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