A prefeita de Roma, Virginia Raggi, afirmou que a criação de cotas para ampliar a presença feminina no poder público é uma forma de "discriminação" contra as mulheres.
Participando de uma conferência na capital italiana, ela disse que a paridade de gênero deve ser promovida pela sociedade, e não por meio de cotas fixas. "As cotas rosas nascem para reduzir a discriminação, mas se tornam ainda mais discriminatórias, ofendem as mulheres e as confinam", afirmou.
A declaração foi dada após questionamentos sobre suas nomeações para os cargos de assessor de Orçamento e de Meio Ambiente, pastas que estão vagas há várias semanas após a revelação de que seus ex-chefes são investigados pela justiça.
Existe a expectativa de que pelo menos uma das duas pessoas indicadas por Raggi seja mulher para manter a paridade de gênero em seu gabinete. "Não garanto nada. Vocês ainda estão com essa história de cota rosa? Eu penso na qualidade", destacou a primeira prefeita mulher da história de Roma.
No início do ano, seu partido, o Movimento 5 Estrelas (M5S), já havia votado contra a lei que estabelece que pelo menos 40% dos assentos nos conselhos regionais, equivalente às assembleias legislativas do Brasil, sejam ocupados por pessoas do sexo feminino. Apesar da oposição do M5S, o projeto acabou aprovado.
O aumento da representatividade feminina é um dos grandes tabus da política na Itália, um país onde 70% das cadeiras do Parlamento são ocupadas por homens, ainda que as mulheres sejam maioria na população. (Ansa)