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Nova prefeita de Turim quer cancelar projeto de trem bala

Protagonista da maior surpresa do segundo turno das eleições municipais na Itália, a nova prefeita de Turim, Chiara Appendino, prometeu lutar contra a construção de uma linha de trem de alta velocidade (TAV) entre a capital do Piemonte e Lyon, na França.

O projeto enfrenta forte oposição popular na cidade italiana e motivou até o nascimento de um movimento chamado "No TAV". "Um prefeito não pode bloquear o TAV, mas o que farei é levar à mesa as razões do 'não'. Dialogarei com todos, escutarei as razões de todos", disse.

Se não for escutada, ela ameaçou abandonar o Osservatorio Torino-Lione (Observatório Turim-Lyon), órgão subordinado ao gabinete do primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, e que discute a implantação da linha férrea. "Faremos aquilo que está escrito no nosso programa, não haverá nenhum transformismo", acrescentou Appendino, negando que vá mudar de ideia quanto ao projeto agora que chegou ao poder.

Já o movimento "No TAV" mostrou otimismo com a mudança de comando na cidade e afirmou esperar que Turim não invista politicamente e economicamente na construção do ramal de alta velocidade. Os defensores da nova linha dizem que a atual está obsoleta e é pouco atrativa financeiramente, uma vez que possui um traçado muito sinuoso, o que limita a velocidade dos trens.

Por outro lado, os críticos alegam que a conexão entre Turim e Lyon foi modernizada recentemente e é subutilizada pelos dois países, além de ser fisicamente similar a outros ramais, como aqueles que ligam a Itália com Áustria e Suíça, trechos nos quais o tráfego está em crescimento.

Membro do partido populista e antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), Appendino foi eleita com 54,6% dos votos, derrotando o prefeito Piero Fassino, dirigente histórico do Partido Democrático (PD) e que governava a capital piemontesa desde 2011.

Sua vitória acabou sendo ofuscada pelo triunfo de Virginia Raggi, também do M5S, em Roma, porém ela reverteu uma desvantagem de mais de 10 pontos percentuais para Fassino e derrubou um dos principais bastiões da esquerda na Itália. (Ansa)

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