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Áustria ameaça fechar fronteira com a Itália por crise imigratória

A Áustria ameaça fechar a fronteira com a Itália se o governo de Roma não tomar medidas efetivas para controlar a chegada de imigrantes, que deve ter seu ápice nos próximos meses.   

"A Itália não pode contar com o fato de que [a passagem de] Brennero permaneça aberto se chegar um fluxo incontrolado de imigrantes. Como fizeram os países da rota balcânica, Eslovênia, Croácia e Macedônia, queremos informar também à Itália sobre as medidas que tomaremos se houver um fluxo incontrolável de imigrantes da Itália para a Áustria", afirmou a ministra do Interior, Johanna Mikl-Leitner, à agência de notícias local APA.   

A representante do governo austríaco fará uma viagem nesta sexta-feira (08) para Roma onde se reunirá com seu homólogo italiano, Angelino Alfano, para debater assuntos referentes ao tema.   

Segundo Mikl-Leitner, seu país quer saber quais são as medidas que estão sendo tomadas pelas autoridades italianas para evitar episódios parecidos com os que ocorreram no ano passado, quando milhares de pessoas passaram a pé pela fronteira entre as duas nações. Pelos cálculos dos governantes, o número de estrangeiros para 2016 pode "dobrar" se nenhuma medida for tomada. A partir de março até dezembro, a Itália volta a ter destaque entre os países que recebem imigrantes ilegais por ser o período em que as águas do Mar Mediterrâneo estão em melhores condições do que no início do ano.   

Quem também comentou o caso foi o ministro das Relações Exteriores de Viena, Sebastian Kurz, que foi para a região de Bolzano em um encontro com governadores locais. Para ele, é preciso que Roma entenda que o "deixar passar" de deslocados "não resolver o problema, só o aumenta".   

"A Áustria não pode permitir um novo 2015, quando acolheu 90 mil pessoas. Em comparação, é como se a Itália recebesse em um ano 600 mil pessoas. Estou convicto de que os controles em Brennero ainda podem ser evitados, mesmo se a Europa quiser e introduzir verdadeiros controles ao longo das fronteiras", ressaltou.   

Só em 2015, a Itália foi porta de entrada para mais de 150 mil pessoas que fugiam das guerras, da miséria e de perseguições, especialmente, de países do norte da África, do Afeganistão e do Iraque. O país é a segunda "rota de imigrantes" pelo mar, ficando atrás apenas da Grécia – que recebeu mais de 840 mil imigrantes.

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