O prefeito de Roma, Ignazio Marino, formalizou seu pedido de renúncia, após escândalo de gasto indevido de dinheiro público vir à tona.
De acordo com a legislação italiana, a partir de amanhã ele terá 20 dias para rechaçar o pedido de renúncia ou concretizar sua decisão.
A promotoria romana ordenou nesta segunda-feira que as autoridades verifiquem todos os registros de despesas feitas por Marino com o cartão de crédito da Prefeitura.
A investigação foi desencadeada após a publicação de um relatório de dois partidos de oposição, o pequeno Irmãos da Itália (FdI), de direita, e o Movimento 5 Estrelas, atualmente o segundo maior partido da Itália depois do Partido Democrata (PD) de Marino e do premier, Matteo Renzi. Marino decidiu deixar o comando da capital italiana após sofrer pressão política de todos os lados, inclusive de sua própria sigla. A gota d'água, no entanto, foi a divulgação de que teria gasto 150 mil euros no ano passado com jantares, hospedagens, encontros e cerimônias oficiais em meio a dura crise econômica pela qual passa o país.
Além disso, está sendo investigado o porque, durante seu mandato, o limite do cartão de crédito do prefeito subiu de 10 mil para 50 mil euros, sendo que a conta deve ser usada apenas em ocasiões diplomáticas.
Protestos – Diante da formalização do pedido de renúncias, milhares de romanos voltaram a sair às ruas da cidade para protestar. Eles se reuniram na frente da sede do PD, pedindo apoio a Marino.
Os simpatizantes do prefeito acreditam que foi orquestrado um complô para tirá-lo do cargo por conta de sua cassada a funcionários corruptos e por ter irritado autoridades vaticanas ao apoiar o casamento entre pessoas do mesmo sexo na capital italiana.
Marino foi eleito em 2013 com cerca de 64% dos votos.