A legenda governista Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, chegou a um acordo para levar ao Parlamento italiano um texto definitivo que legalize as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo no país.
O pacto incluiria até mesmo a ala católica da sigla, proveniente da antiga Democracia Cristã, mas, para atrair esse grupo, o governo decidiu retirar qualquer menção à palavra "matrimônio", trocando-a pelo termo "formações sociais".
Nos próximos dias, o acordo será apresentado ao partido conservador Nova Centro-Direita (NCD), que é aliado do PD no governo, mas contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Alguns pontos criticados pela sigla, como a possibilidade de adoção do filho natural do parceiro, teriam sido mantidos no projeto.
O texto deve ser levado ao Senado logo após a votação das reformas constitucionais do primeiro-ministro Matteo Renzi, ainda na primeira quinzena de outubro. "Estaremos em breve em plenário, as polêmicas não nos assustam, fomos chamados a dar respostas aos cidadãos e à Corte Europeia [de Direitos Humanos]", disse a senadora Monica Cirinnà, autora do projeto.
No último mês de julho, o tribunal de Estrasburgo condenou a Itália por não permitir a união civil entre pessoas do mesmo sexo, declarando que, com essa postura, o país viola os direitos de casais homossexuais.