O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, defendeu o atual prefeito de Roma, Ignazio Marino, mas pediu que ele "dê um sinal" e "aja" para tirar a cidade do meio do caos instaurado em seu governo. Os dois pertencem a mesma sigla, o Partido Democrático (PD).
Os pedidos ocorreram em dois momentos. O primeiro, durante uma aparição surpresa na Festa da Unidade de Roma. Segundo fontes, Renzi aproveitou a ocasião para sentir a opinião dos cidadãos sobre os problemas da capital e viu uma população dividida.
O segundo veio de maneira mais direta através de uma publicação no jornal "Il Messaggero", em que cobra ações concretas.
"Ignazio Marino sabe que o PD está fazendo de tudo para lhe dar uma mão. Agora, cabe a ele apresentar projetos concretos, com visão estratégica para os buracos nas ruas ou para a limpeza dos drenos quando chove. Que a Administração Comunal decida quais os projetos que terão o envolvimento da população e que precisam do apoio das Instituições regionais", escreveu o primeiro-ministro.
Para Renzi, seu governo está "disponível para verificar os projetos que a cidade quer propor e a estudar todas as soluções praticáveis para relançar Roma. Mas, o prefeito precisa dar um sinal e interromper de vez todas as pequenas manobras de sabotagem filhas de uma cultura política à moda antiga", destacou.
Como forma de dar uma resposta ao caos político da "Cidade Eterna", Marino anunciou hoje a terceira reforma de seu gabinete em pouco mais de um ano e meio. O principal nó na questão da cidade é o transporte público, que sofre com constantes episódios de incidentes e greves e precisa de investimentos urgentes.
Por isso, o prefeito escolheu o senador italiano Stefano Esposito – famoso na Itália por sua política em prol aos trens de alta velocidade (TAV) – para assumir o cargo. Ele substituirá Guido Improta, que pediu demissão do cargo em junho. Quem também assume uma nova pasta é Marco Rossi Doria, que será responsável pela Educação e substituirá Marino Paolo Masini.
Além da questão no Transporte, a capital italiana está envolvida em outro escândalo de corrupção, chamado de "Mafia Capitale" ("Máfia Capital"), que apura fraudes e corrupção em contratos de empresas com a prefeitura local.
Apesar de não envolver diretamente a administração de Marino – e sim governos anteriores a ele – o caso atingiu seu então vice-prefeito, Luigi Nieri, que renunciou neste mês após a divulgação do problema. O representante do partido Esquerda, Ecologia e Liberdade (SEL) rebate todas as acusações e diz que deixou o cargo para que o atual governo "seja defendido a qualquer custo".