O Eurogrupo aprovou a lista de reformas apresentadas pela Grécia para a extensão do empréstimo financeiro ao país.
"A lista, suficientemente completa, é um bom ponto de partida para completar a revisão e estamos dando a liberação para os procedimentos nacionais para atingir uma decisão final sobre a extensão de quatro meses do atual acordo", afirmou em nota a entidade.
A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, considerou a proposta grega "um válido ponto de partida", mas destacou que "em vários setores" faltam reafirmações sobre as reformas previstas no pacto inicial – em especial na reforma trabalhista e sobre as privatizações.
A lista de reformas
A Grécia apresentou uma lista com reformas internas que preveem cortes de despesas públicas, redução de ministérios e medidas contra evasão e fraude fiscal. A proposta era uma exigência do Eurogrupo para conceder uma extensão de quatro meses ao empréstimo a Atenas.
De acordo com fontes da Comissão Europeia, o texto chegou "durante a noite, mas em tempo", já que o prazo para a entrega da proposta terminava à meia noite de segunda-feira.
A lista de propostas grega contém apenas duas medidas sociais que visam a afrontar a crise que atinge a população do país: entrega de vale-refeição e fornecimento de energia e saúde para as pessoas mais necessitadas.
"A luta contra a crise humanitária não terá efeitos negativos nas nossas contas", garantiu o novo governo grego que, desde que assumiu o poder, em janeiro, tem criticado as medidas de austeridade impostas pela UE e defendido o povo.
Sobre um possível aumento do salário mínimo, a Grécia prometeu "consultar as instituições europeias" antes de tomar qualquer decisão.
A proposta grega prevê medidas mais concretas contra fraudes e evasões fiscais. O país também reduzirá de 16 para 10 o número de ministérios e fará cortes de benefícios de ministros e parlamentares.
"Haverá uma revisão dos gastos de cada área pública para racionalizar o sistema", garantiu Atenas.
O Eurogrupo, por sua vez, considerou a lista "suficientemente completa para ser um ponto de partida válido para uma conclusão positiva da revisão do programa" de empréstimo. "O país está encorajado a combater a evasão fiscal e a corrupção", ressaltou a UE.
"O governo grego está levando muito a sério as reformas. Devemos ver o quanto se pode fazer daquilo que se quer. Porém, é preciso uma cooperação, e não uma decisão unilateral", disse o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, ao Parlamento Europeu. "Não será fácil, pois a lista de propostas é apenas uma indicação, e não um novo Memorandum ou contrato".