
A ministra da Agricultura da Itália, Nunzia De Girolamo, renunciou ao cargo após ser envolvida em uma investigação de tráfico de influência na nomeação de dirigentes e nos contratos da Empresa de Saúde Local (ASL, na sigla em italiano) de Benevento, cidade onde nasceu. Segundo informações, na Nova Centro-Direita (NCD), partido do vice-premier Angelino Alfano, ela não recebeu apoio suficiente do governo do primeiro-ministro Enrico Letta, de centro-esquerda.
"Tomei essa decisão por minha dignidade. É a coisa mais importante que tenho e quero mantê-la a qualquer custo. Eu decidi deixar um ministério e um governo porque a minha dignidade vale mais do que tudo isso e foi ofendida. Não posso ficar em um governo que não defendeu a minha honra", afirmou De Girolamo em uma nota.
O pedido de demissão foi aceito por Letta, que assumiu o Ministério interinamente até que outro ministro seja nomeado. Essa é apenas mais uma das várias crises políticas que o premier teve que enfrentar desde que assumiu o poder, graças a uma frágil e inusitada coalizão entre a centro-direita e a centro-esquerda.
De Girolamo chegou ao cargo como uma das principais aliadas do senador cassado Silvio Berlusconi, quando ambos ainda faziam parte do Povo da Liberdade (PDL). Quando o Cavaliere decidiu recriar o Forza Italia (FI) e abandonar a maioria governista, a ex-ministra rompeu com ele e se aliou a Alfano na fundação do NCD.