Após impasses e problemas legais, o corpo do nazista e ex-oficial da SS Erich Priebke corre o risco de permanecer por tempo indeterminado no aeroporto militar de Pratica di Mare, próximo a Roma, na Itália.
O corpo foi levado ao aeroporto, depois de uma tentativa falida de velório e enterro.
Uma igreja lefebvriana da cidade de Albano se dispusera a celebrar o funeral, mas um grupo de manifestantes entrou em confronto diante do local. Uma parte deles criticava o passado de Priebke, enquanto a outra demonstrava apoio ao nazismo.
Diante do incidente, a Procuradoria de Velletri decidiu abrir uma investigação sobre o caso e o funeral foi suspenso.
Priebke morreu aos 100 anos de idade, em Roma. Até agora não se chegou a uma decisão sobre onde o corpo será enterrado. A cidade de Roma e o governo da Argentina — país onde o nazista viveu após a Segunda Guerra Mundial — negaram-se a realizar o sepultamento.
O advogado do nazista, Paolo Giachini, afirmou que a hipótese de cremação não foi descartada. Por outro lado, o governo italiano está avaliando a possibilidade de transferir o corpo para a Alemanha, país natal de Priebke.
O Ministério alemão das Relações Exteriores afirmou, por sua vez, que "não depende de Berlim encontrar uma solução". "A responsabilidade sobre o cadáver cabe ao Estado onde a pessoa morreu", disse.
Erich Priebke foi um Hauptsturmführer (capitão) da SS — organização militar ligada ao partido nazista de e a Adolf Hitler — durante a Segunda Guerra Mundial. Ele viveu cerca de 20 meses como prisioneiro de guerra, mas conseguiu fugir para a Argentina. Após ser identificado por uma emissora de televisão, foi extraditado em 1995 à Itália para responder por crimes de guerra. Em 1998, ele foi condenado à prisão perpétua por participação no Massacre das Fossas Ardeatinas, em Roma, em março de 1944, no qual 335 civis italianos perderam a vida pelas mãos das forças nazistas.