O Japão será um dos maiores participantes da Exposição Universal de Milão, em 2015, visando a promover sua culinária única.
Os termos de participação foram assinados nesta semana na Embaixada italiana na capital japonesa, Tóquio, o que marca a primeira vez que um contrato deste porte referente à esta exposição é assinado fora da Itália.
O pavilhão japonês será construído em uma área de quase 4,2 mil metros quadrados e é esperado que traga algumas novidades de alta tecnologia. Entre elas telões gigantes, usando sistemas tridimensionais, realidade virtual e design de alto nível que vai permitir que o Japão promova sua cultura culinária.
Autoridades japonesas disseram que o objetivo da programação de alta tecnologia é dar aos visitantes uma experiência multisensorial enquanto eles são guiados por temas como o mar e comida.
"A participação do Japão na Expo Milano 2015 será uma oportunidade importante para promover de forma internacional a cultura culinária japonesa", apontou o representante do pavilhão japonês, Hisanori Goto.
"A culinária japonesa tem muito em comum com a italiana e, em particular, com o movimento Slow Food, em razão de sua seleção de comidas variadas, frescas, com um equilíbrio nutricional", acrescentou.
"A Expo Milano 2015 também oferecerá a oportunidade para explorar as últimas tecnologias do agronegócio, baseada no uso racional e sustentável dos recursos", afirmou.
Juntamente ao famoso sushi, palestras debaterão técnicas usadas na produção de arroz, inovações na indústria de pesca e em programas de educação alimentar.
Isso se relaciona com o tema da Exposição Universal de 2015: "Alimentando o Planeta – Energia para a vida", que é focado na luta contra a fome e a má nutrição ao redor do mundo por meio de desenvolvimento sustentável e saudável, cooperação global e novas tecnologias.
A Expo Milano, que acontece entre os dias 1 de maio e 31 de outubro, deve atrair mais de 20 milhões de visitantes e gerar uma grande quantidade de dinheiro para a cidade conhecida como a capital financeira da Itália.
Até o momento, 131 países se inscreveram para participar do evento, que será realizado em um espaço de 1,1 milhão de metros quadrados.
"Nós temos grandes expectativas no que diz respeito à presença do Japão na Expo Milano 2015", afirmou Giuseppe Sala, diretor da exposição, que viajou para o Japão para assinar o documento de participação do país no evento.
"Estamos confiantes que, graças a um dos maiores pavilhões, o Japão terá um papel de liderança e contribuirá para a qualidade de nossa exposição, uma oportunidade para falar aos visitantes não somente sobre a excelência da comida [japonesa] e tradição culinária, mas também sobre os aspectos inovadores de um país moderno, com novos sistemas de plantio, tecnologias, sustentabilidade ecológica e sistemas de educação alimentar", acrescentou.
Até mesmo as estruturas arquitetônicas do espaço de exibição japonês fazem jus aos princípios da feira mundial.
Alimentado por energia solar e outras fontes renováveis, o Pavilhão Japonês vai ser construído com materiais reutilizáveis e recicláveis, especialmente madeira e bambu, informaram os organizadores.
"A Exposição Mundial tem todo o potencial para ser uma força motriz das relações econômicas e sociais entre os nossos dois países ", disse Marta Dassu, vice-ministra das Relações Exteriores da Itália.
"A cozinha de hoje está ligada a um tradição antiga, mas também à filosofia, à busca da perfeição estética. A exposição de Milão será uma oportunidade para mostrar, não somente a excelência de sua comida e culinária tradicional, mas também os aspectos mais inovadores do Japão moderno", acrescentou.
Autoridades japonesas disseram esperar que, com a participação no evento, os jovens do país considerem ações concretas para resolver problemas relacionados a má nutrição ou alimentação inadequada.
O vice-ministro de Economia japonês, Massaki Taira, explicou que o país tem dois objetivos principais com a exposição. "Por um lado, queremos que o mundo saiba os verdadeiros sabores da culinária japonesa, caracterizada pelos ingredientes simples e naturais, apresentados com cuidado nos detalhes e alto senso estético. Por outro lado, queremos fazer uma forte contribuição em termos de pesquisa científica e compromisso social a fim de resolver os problemas de má nutrição em muitos países que estão em desenvolvimento", concluiu.