
Pela primeira vez na história da União Europeia, o orçamento do bloco provocou um déficit. Isso é o que ocorreu na nova proposta orçamentária aprovada pelo Conselho Europeu dos chefes de Estado e de Governo, em Bruxelas.
Os líderes da União Europeia (UE) chegaram a um acordo sobre os planos de gastos de longo prazo do bloco até o fim da década, após mais de 24 horas de negociação, afirmou o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.
Por meio do Twitter, Rompuy, que presidiu a reunião entre os 27 líderes da UE, anunciou: "acordo fechado". Pouco depois, à mídia, completou: "esse talvez não seja o acordo sonhado por ninguém".
O acordo, que define os gastos do bloco para o período de sete anos compreendido entre 2014 e 2020, fixa um teto de € 960 bilhões. O teto para gastos, ou seja, o montante que os países de fato concordaram em gastar, é de € 908,4 bilhões.
Em entrevista à mídia, a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que o resultado "faz valer o esforço". O premiê britânico, David Cameron, comemorou o teto de gastos e disse que, embora não tenha impedido um aumento na contribuição do Reino Unido, conseguiu com que ela subisse "muito menos".
O trato agora segue para aprovação final do Parlamento Europeu, o que pode levar alguns meses.
O texto equilibra as demandas dos países do norte da Europa, como Reino Unido e Holanda, que buscavam um orçamento mais apertado; e do sul e leste, como França, Espanha e Polônia, que queriam gastos em subsídios agrícolas e infraestrutura.
Conforme diplomatas envolvidos na negociação tinham adiantado, cerca de € 12 bilhões foram cortados, em relação à proposta elaborada em uma cúpula em novembro passado. O corte representa uma diminuição de cerca de 3% do orçamento anterior, a primeira vez na história da UE em que um plano de gastos de longo prazo vêm com uma redução líquida.