O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, afirmou que foi "inexplicável" o comportamento da Grã-Bretanha durante uma operação de resgate realizada ontem na Nigéria que terminou com a morte de dois reféns, um deles italiano.
"É necessário um esclarecimento no âmbito político e diplomático [dos acontecimentos]", disse o chefe de Estado.
O governo italiano afirma que não foi avisado previamente da operação, cujo objetivo era resgatar os reféns Franco Lamolinara e Christopher McManus.
Os dois haviam sido sequestrados por um grupo supostamente ligado à Al Qaeda em maio de 2011 na localidade de Birnin Kebbi, onde trabalhavam para uma empresa do ramo de construção.
Em declarações à ANSA, o chanceler britânico, William Hague, por sua vez, disse que a Itália foi informada "da operação".
Ele também anunciou que deve conversar hoje com o ministro italiano das Relações Exteriores, Giulio Terzi, sobre o incidente.
O ex-chanceler italiano Franco Frattini defendeu que Roma tinha o direito de saber da operação.
"Quando está em jogo a vida de um cidadão nosso, com todo o respeito às Forças Especiais dos outros países, nós temos o direito de saber e de dizer se estamos de acordo", comentou.
Já o presidente da Câmara dos Deputados da Itália, Gianfranco Fini, disse que tem "plena confiança nas ações do ministro das Relações Exteriores, Giulio Terzi, e dos nossos serviços secretos".
A equipe britânica que comandou a operação estava na Nigéria há duas semanas, segundo o jornal Daily Telegraph, que cita fontes do governo de David Cameron.
A publicação também informa que os reféns foram mortos com um tiro na cabeça pelos sequestradores.