
Tribunal de Milão ordenou a convocação de 200 testemunhas para o processo contra o ex-premier italiano Silvio Berlusconi, no qual é acusado de envolvimento com a prostituição de uma menor de idade e de abuso de poder.
Entre as pessoas chamadas para depor no caso Ruby (apelido da jovem marroquina Karima El Mahroug) estão os ex-ministros Mariastella Gelmini, da pasta de Educação, Universidade e Pesquisa; Maria Rosaria Carfagna (Igualdade de Oportunidades) e o ex-chanceler Franco Frattini.
Também foram convocados atores como o norte-americano George Clooney, as italianas Elisabetta Canalis e Barbara D'Urso, a argentina Belén Rodriguez e a modelo venezuelana Aída Yéspica.
Após a audiência do caso Mediaset, em que também é acusado de fraude fiscal, o ex-primeiro-ministro da Itália disse que as 32 garotas que se hospedaram em sua mansão de Arcore são "vítimas da Procuradoria de Milão e do Juizado para Investigações Preliminares, que abriram o processo".
Ele ainda classificou como "o maior absurdo" o fato das jovens terem sido consideradas como parte "ofendida" do caso. O único "erro" delas, afirmou, "foi aceitar um convite para jantar do presidente do Conselho [de Ministros da Itália]".
Berlusconi ainda acusou a Procuradoria de prejudicar "a reputação destas mulheres".
A próxima audiência do caso foi marcada para 2 de dezembro.
Os juízes também fixaram outras audiências para 12 de dezembro, 27 e 30 de janeiro, cancelando as de 19 de dezembro e 16 de janeiro, após um pedido da defesa do premier, uma vez que elas coincidiriam com as audiências de outro caso em que é acusado de subornar o advogado David Mills.
A Procuradoria de Milão acusa Berlusconi de pagar 33 mulheres em troca de favores sexuais, entre elas Ruby – que na época dos encontros, no início de 2010, era menor de idade.
Os procuradores também o acusam de ter extorquido agentes policiais para tirar a jovem marroquina da cadeia, quando foi detida sob a acusação de furto.