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POLÍTICA: Mario Monti discutirá medidas na próxima semana

O novo governo do primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, ganhou por ampla maioria, 556 votos contra 61, um voto de confiança nesta última sexta-feira na Câmara dos Deputados, pavimentando o caminho para seu "governo de compromisso nacional" aprovar medidas econômicas urgentes com o objetivo de reiniciar os esforços econômicos do país e evitar um colapso da zona do euro. A ministra do Trabalho, Elsa Fornero, disse que a primeira reunião de gabinete ocorrerá na próxima semana, quando Monti e os 16 ministros discutirão as primeiras medidas que serão tomadas.

Em um discurso à Câmara dos Deputados mais cedo, Monti disse que espera que seu governo seja um sucesso, apesar dos desafios extremamente difíceis que enfrenta, com investidores seguindo preocupados sobre o contágio da crise da dívida soberana na zona do euro. "O trabalho que eu recebi é quase impossível, mas nós teremos sucesso", afirmou o premiê. Monti está sob enormes pressões para tomar medidas que recuperem a economia italiana e ao mesmo tempo reduzam a enorme dívida do Estado, de 1,9 trilhão, ou 120% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Monti afirmou que reintroduzirá uma taxa imobiliária sobre proprietários de imóveis, abolida por Berlusconi, reformará o sistema previdenciário e lutará contra a evasão fiscal. Ele disse que em breve essas medidas serão apresentadas em um pacote, mas não entrou em muitos detalhes.

O primeiro-ministro também afirmou que vai se encontrar na próxima semana com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, assim como vai a Bruxelas para se reunir com chefes das instituições da União Europeia.

O ex-premiê Silvio Berlusconi, cujos votos do Partido Povo da Liberdade (PDL), ajudaram a aprovar Monti na Câmara e no Senado, disse nesta sexta-feira à agência Ansa que a Itália vive uma "situação extraordinária". Segundo ele, a situação "dos mercados e do euro é tal que chegamos a esse estado, contrário aos Cânones da democracia, em que temos um governo que não foi eleito pelas pessoas. Foi uma resposta italiana para uma situação difícil", afirmou o magnata de 75 anos.

O PDL, agora se aglutinando ao redor de Angelino Alfano, ex-ministro da Justiça do caído governo Berlusconi, disse que apoiará o governo Monti apenas o período necessário para aprovar as medidas exigidas pela União Europeia (UE).

"Ao nos darem a confiança ou ao retirá-la, vocês precisam perceber a consequência que isso pode ter para todos os italianos comuns", disse Monti, aparentemente se dirigindo aos parlamentares do PDL.

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