Amanda Knox, estudante americana que foi condenada pelo assassinato de sua colega de quarto na cidade italiana de Perugia em novembro de 2007, está livre para ir para casa. A Justiça italiana decidiu, nesta segunda-feira, anular parcialmente a condenação de Amanda, mantendo a pena por difamação, mas inocentando-a de homicídio. Seu namorado à época, Raffaelle Sollecito também foi inocentado. Os dois voltam à prisão apenas para recolher seus pertences. A procuradoria ainda pode levar o caso até o Supremo.
Presa desde então, a jovem reclama inocência. Após a declaração do juiz, o tribunal explodiu em aplausos e o magistrado foi obrigado a pedir silêncio. Enquanto a família de Amanda celebrava e ela sorria para eles, os familiares da vítima, a britânica Meredith Kercher, estavam chocados. Segundo a imprensa americana, os pais acreditam que a filha tenha sido, de fato, assassinada por Amanda e o namorado.
O crime pelo qual Amanda foi condenada a 25 anos de prisão, ocorreu um mês depois de a estudante chegar à Itália. Meredith, com quem dividia casa, foi encontrada morta, degolada, no seu quarto. À ocasião, Amanda tinha 20 anos e namorava, há seis dias, o italiano Raffaele Sollecito, que também foi detido.
Amanda foi declarada culpada depois que seu DNA foi encontrado no cabo de uma faca cuja lâmina continha o sangue da vítima. Porém, uma reavaliação do material forense por um painel independente descobriu 54 "erros grosseiros" dos investigadores na recolha de provas, levando à sua exclusão.
Durante sua última declaração antes de o júri se reunir para deliberar, Amanda declarou em lágrimas: "Pago por um crime que não cometi". Ela afirmou que as acusações do Ministério Público eram "completamente injustas e sem fundamento", depois que o procurador a descreveu como tendo "dupla personalidade": às vezes com "cara de anjo", e outras "demoníaca" e com "comportamentos extremos". "Quero voltar pra casa em Seattle", disse Amanda entre soluços.