A Promotoria de Nápoles, do sul da Itália, comunicou os advogados do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, que marcou uma série de datas nas quais o premier deve se apresentar para ser interrogado, e informou que se não comparecer poderá autorizar o procedimento de acompanhamento forçado de uma testemunha.
Um dos advogados de Berlusconi, Michele Cerabona, entregou à promotoria um documento na qual se reconstrói a forma na qual seu cliente entregou dinheiro ao empresário Gianpaolo Tarantini, que é investigado por chantagem contra o premier.
Tarantini, dono de uma fábrica de acessórios médicos na Puglia, sul da Itália, é conhecido côo uma das pessoas que convidava jovens mulheres para as festas privadas de Berlusconi, foi ele quem o apresentou para a Patrícia D'Addario, que no ano passado revelou ter tido relações sexuais com o chefe do governo italiano, esperando obter desta forma um tratamento a seu favor em uma negociação administrativa.
Berlusconi, por sua vez, nega ter sido vitima de uma extorsão, sustentando que o dinheiro que deu ao Tarantini era apenas para "ajudar uma família que estava em dificuldades".
Em princípio a promotoria deveria ouvir nesta terça-feira as declarações de Berlusconi, como testemunha interessado no caso, mas o premier alegou não poder se apresentar diante dos juizes por causa de uma viagem à Bruxelas, onde participou nos trabalhos da União Euopeia.
O chefe da promotoria de Nápoles, Giovandomenico Lepore, disse hoje em uma entrevista de rádio que "o documento defensivo apresentado por Berlusconi não era suficiente para evitar o encontro com os juizes".
