Após participar de uma reunião do Conselho de Ministros de Transportes da UE (União Europeia), o vice-ministro de Infraestrutura e Transporte da Itália, Roberto Castelli, afirmou, segundo a agência Ansa, que não irá assinar acordo no setor de transporte aéreo com o Brasil. "O Brasil não terá nunca a minha assinatura", anunciou.
A decisão foi justificada, pelo vice-ministro, pela negação do Brasil em extraditar o ex-militante italiano Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos cometidos, na década de 70, quando integrava o grupo de extrema-esquerda PAC (Proletários Armados pelo Comunismo).
Castelli disse tratar-se de um gesto "pequeno, mas significativo, exemplo de protesto contra um país que demonstrou não ter nenhum respeito pela Itália". Ele explicou que já conversou com o ministro da pasta, Altero Matteoli, e com o chanceler italiano, Franco Frattini, sobre sua decisão.
Agora, cabe ao governo italiano e ao Ministério das Relações Exteriores decidir sobre a validação do acordo aéreo.
Laranjas
Populares também manifestaram sua contrariedade com a decisão do governo brasileiro em não extraditar Cesare Battisti. A dupla brasileira Emanuel e Alison foi surpreendida, com um protesto contra o italiano, durante o Mundial de vôlei de praia disputado em Roma.
Torcedores se levantaram e jogaram laranjas no campo, ao mesmo tempo em que carregavam uma faixa de protesto. Nenhuma das jogadoras foi atingida.