O governo italiano convocou uma reunião entre representantes da empresa estatal Fincantieri, construtora de navios, e de sindicatos nacionais para 3 de junho após os protestos promovidos por trabalhadores contra o fechamento de estaleiros e a demissão em massa que resultaram em sete pessoas feridas.
"Finalmente tivemos a convocação" para uma negociação, comemorou Bruno Manganaro, um dos manifestantes.
O encontro, convocado pelo ministro do Desenvolvimento Econômico, Paolo Romani, contará também com o titular da pasta de Economia, Giulio Tremonti.
A companhia de estaleiros, holding do Ministério da Economia, anunciou, no plano industrial de 2010 2014, uma série de medidas de redução de custos para combater a crise econômica que atingiu o setor naval-mecânico na Itália.
Entre as decisões estão a demissão de 2.551 operários — 30% da atual folha de pagamento –, o fechamento de dois estaleiros — em Sestri Ponente, em Gênova, e em Castellammare di Stabia, em Nápoles — e a redução de um terceiro, o de Riva Trigoso, também em Gênova.
Um grupo de trabalhadores entrou em confronto com a polícia após ocupar a prefeitura da cidade napolitana. Eles chegaram a manter prefeito, o vice, alguns vereadores e funcionários públicos dentro do prédio, que amanheceu com janelas e móveis quebrados. Quatro pessoas, entre funcionários públicos e policiais, ficaram feridas.
Em Genova também ocorreu choque entre forças de segurança e trabalhadores enquanto estes protestavam em frente à sede da Prefeitura, entoando gritos contra o administrador responsável da empresa, Giuseppe Bono, e o ministro Romani. Dois trabalhadores e um policial saíram feridos.
O pacote de demissões e de fechamento dos estaleiros é considerado "inaceitável" pelos sindicatos, que têm requisitado a intervenção governamental.
Com o anúncio da reunião com representantes da empresa e dos ministérios envolvidos, os operários anunciaram oito horas de paralisação no dia do encontro.
Segundo Mantanaro, os trabalhadores mantiveram a paralisação e, hoje, realizarão uma reunião para decidir como manterão "a agitação".
Em seguida, à tarde, terão um encontro com o presidente da região da Ligúria, Claudio Burlando, e uma delegação da vila de Riva Trigoso, na província de Gênova, região da Ligúria. Brulando já manifestou sua rejeição ao corte de postos de trabalho e disse que quer intervir no processo.